domingo, 12 de agosto de 2012

SUPORTE TEÓRICO DO PROJETO

 É consenso entre ambientalistas que a relação homem-natureza existe desde o surgimento da espécie humana, uma relação da qual o homem sempre foi dependente do que o meio ambiente tem a lhe oferecer, tanto numa perspectiva de qualidade de vida, quanto de sobrevivência. Essa interação, aliás, é tida como um aspecto indispensável ao desenvolvimento do homem nas suas mais diversas capacidades: intelectual, física, cultural etc. 

Imagem colhida pela equipe do projeto na comunidade 
de Lagoa dos Milhomens
Através dessa interação, ao longo da história da humanidade, foram se intensificando as relações de exploração e domínio dos recursos naturais. A partir daí chegou-se a um ponto em que a capacidade de suporte da natureza vem mostrando sinais de esgotamento, sendo urgente a necessidade de rever as formas de desenvolvimento provocado pelos seres humanos, que através do consumismo exagerado e de práticas e ações inadequadas põe em risco os recursos naturais, com alterações ambientais que afetam todo o sistema global. 

No contexto da agricultura familiar, as questões referentes à degradação ambiental são bem mais amenas, se comparadas às da agricultura convencional e industrial, tendo em vista a preocupação do sertanejo com o ambiente de onde retira seu alimento e sustento da família. Mesmo assim, essa prática que mostra-se potencialmente “inofensiva” ao meio ambiente, tem deixado transparecer alguns focos de danos. Os principais sinais de alerta em torno disso, estão diretamente relacionadas à falta de apoio e informação ao pequeno produtor rural. 

O desmatamento da vegetação nativa da Caatinga, seguidos das queimadas para a preparação das áreas onde são feitos os plantios são atividades que preocupa, tendo em vista seu caráter destruidor da fauna e flora do semiárido. Tais práticas requerem um aperfeiçoamento, cujo investimento em tecnologia, ciência e em formação de recursos humanos capacitado pode ser a principal solução. 

Diante disso, os segmentos sociais comprometidos com a defesa e preservação do meio ambiente têm se mostrado preocupados com a proporção a que essa relação homem-natureza tem tomado. No contexto educacional, tido como um dos mais importantes para o combate à degradação do meio ambiente, são inúmeras as iniciativas de uma educação voltada para o meio ambiente. 

Imagem colhida pela equipe do projeto na comunidade 
de Lagoa dos Milhomens
A educação ambiental, educação ecológica ou ecopedagogia, como intitula Moacir Gadotti (GADOTTI, 2000), é discutida e desenvolvida (independente de atender aos reais objetivos ou não) em toda comunidade escolar, visto sua importância para o manejo e conservação de uma relação mais saudável entre ser humano e natureza. 

Nesse sentido, podemos dizer que Educação Ambiental diz respeito a um processo pedagógico que visa transformar a relação desgastante do homem com o meio ambiente numa relação instável e equilibrada. Em linhas gerais, pode-se dizer que a Educação Ambiental, conforme Branco (1998), é todo processo cultural que objetive a formação de indivíduos capacitados a coexistir em equilíbrio com o meio. 

O combate à degradação ambiental, como podemos perceber, é um processo complexo, tendo em vista que requer a quebra de paradigmas construídos ao longo de um processo histórico com gênese nos primórdios da existência humana. Por isso, acreditamos que as causas ambientais estão inseridas numa perspectiva cultural e antropológica. Assim, é correto afirmar que a reversão, ou pelo menos estancamento do atual quadro da intensa relação do ser humano com a natureza requer um processo de “aculturação”, o que exige projetos para médias e longas datas. 

Todo esse processo de reversão da situação na qual o meio ambiente se encontra deve partir de um projeto educativo que prime pela educação ambiental dentro e fora das instituições formais de educação, pois acreditamos que a educação ambiental não é um processo que deva acontecer necessariamente na dimensão física da escola, mas, sobretudo, fora dela, na sociedade, onde tudo se consolida. 

Imagem colhida pela equipe do projeto na comunidade 
de Lagoa dos Milhomens
Nesse sentido, a Educação Ambiental é um processo a ser alcançado culturalmente tendo em vista uma relação equilibrada do homem com a natureza. Processos não formais, informais e formais já estão conscientizando muitas pessoas e intervindo positivamente, se não solucionando e despertando para o problema da degradação crescente do meio ambiente, buscando novos elementos para uma “alfabetização ambiental”. 

A escola passa, então, a deter em si própria a maior parte da responsabilidade pelos processos formativos da sociedade, voltados para a preservação ambiental e formação de uma consciência de sustentabilidade.

Referências:

  • BRANCO, S. M. O meio ambiente em debate. São Paulo: Moderna, 1998.
  • MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Educação ambiental: aprendizes de sustentabilidade. v. 1. Brasília: MEC; SECAD.
  • GADOTTI, M. Pedagogia da terra. São Paulo: Pierópolis, 2000.


REFERÊNCIAS TRABALHADAS NOS ESTUDOS NO PROJETO


OBS: De acordo com a necessidade das atividades desenvolvidas, serão adotados outros referenciais. 

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