É consenso entre ambientalistas que a relação homem-natureza existe desde o surgimento da espécie humana, uma relação da qual o homem sempre foi dependente do que o meio ambiente tem a lhe oferecer, tanto numa perspectiva de qualidade de vida, quanto de sobrevivência. Essa interação, aliás, é tida como um aspecto indispensável ao desenvolvimento do homem nas suas mais diversas capacidades: intelectual, física, cultural etc.
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de Lagoa dos Milhomens
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Através dessa interação, ao longo da história da humanidade, foram se intensificando as relações de exploração e domínio dos recursos naturais. A partir daí chegou-se a um ponto em que a capacidade de suporte da natureza vem mostrando sinais de esgotamento, sendo urgente a necessidade de rever as formas de desenvolvimento provocado pelos seres humanos, que através do consumismo exagerado e de práticas e ações inadequadas põe em risco os recursos naturais, com alterações ambientais que afetam todo o sistema global.
No contexto da agricultura familiar, as questões referentes à degradação ambiental são bem mais amenas, se comparadas às da agricultura convencional e industrial, tendo em vista a preocupação do sertanejo com o ambiente de onde retira seu alimento e sustento da família. Mesmo assim, essa prática que mostra-se potencialmente “inofensiva” ao meio ambiente, tem deixado transparecer alguns focos de danos. Os principais sinais de alerta em torno disso, estão diretamente relacionadas à falta de apoio e informação ao pequeno produtor rural.
O desmatamento da vegetação nativa da Caatinga, seguidos das queimadas para a preparação das áreas onde são feitos os plantios são atividades que preocupa, tendo em vista seu caráter destruidor da fauna e flora do semiárido. Tais práticas requerem um aperfeiçoamento, cujo investimento em tecnologia, ciência e em formação de recursos humanos capacitado pode ser a principal solução.
Diante disso, os segmentos sociais comprometidos com a defesa e preservação do meio ambiente têm se mostrado preocupados com a proporção a que essa relação homem-natureza tem tomado. No contexto educacional, tido como um dos mais importantes para o combate à degradação do meio ambiente, são inúmeras as iniciativas de uma educação voltada para o meio ambiente.
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A educação ambiental, educação ecológica ou ecopedagogia, como intitula Moacir Gadotti (GADOTTI, 2000), é discutida e desenvolvida (independente de atender aos reais objetivos ou não) em toda comunidade escolar, visto sua importância para o manejo e conservação de uma relação mais saudável entre ser humano e natureza.
Nesse sentido, podemos dizer que Educação Ambiental diz respeito a um processo pedagógico que visa transformar a relação desgastante do homem com o meio ambiente numa relação instável e equilibrada. Em linhas gerais, pode-se dizer que a Educação Ambiental, conforme Branco (1998), é todo processo cultural que objetive a formação de indivíduos capacitados a coexistir em equilíbrio com o meio.
O combate à degradação ambiental, como podemos perceber, é um processo complexo, tendo em vista que requer a quebra de paradigmas construídos ao longo de um processo histórico com gênese nos primórdios da existência humana. Por isso, acreditamos que as causas ambientais estão inseridas numa perspectiva cultural e antropológica. Assim, é correto afirmar que a reversão, ou pelo menos estancamento do atual quadro da intensa relação do ser humano com a natureza requer um processo de “aculturação”, o que exige projetos para médias e longas datas.
Todo esse processo de reversão da situação na qual o meio ambiente se encontra deve partir de um projeto educativo que prime pela educação ambiental dentro e fora das instituições formais de educação, pois acreditamos que a educação ambiental não é um processo que deva acontecer necessariamente na dimensão física da escola, mas, sobretudo, fora dela, na sociedade, onde tudo se consolida.
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Nesse sentido, a Educação Ambiental é um processo a ser alcançado culturalmente tendo em vista uma relação equilibrada do homem com a natureza. Processos não formais, informais e formais já estão conscientizando muitas pessoas e intervindo positivamente, se não solucionando e despertando para o problema da degradação crescente do meio ambiente, buscando novos elementos para uma “alfabetização ambiental”.
A escola passa, então, a deter em si própria a maior parte da responsabilidade pelos processos formativos da sociedade, voltados para a preservação ambiental e formação de uma consciência de sustentabilidade.
Referências:
Referências:
- BRANCO, S. M. O meio ambiente em debate. São Paulo: Moderna, 1998.
- MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Educação ambiental: aprendizes de sustentabilidade. v. 1. Brasília: MEC; SECAD.
- GADOTTI, M. Pedagogia da terra. São Paulo: Pierópolis, 2000.
REFERÊNCIAS TRABALHADAS NOS ESTUDOS NO PROJETO
- CUNHA,
Lize de Moraes Vieira da; et al. Projeto Mandalla:
sustentabilidade da Agricultura Familiar. Anais. Simpósio de
Recursos Hídricos do Nordeste, 9. Salvador: 25 a 28 de nov. de 2008.
- DUQUE,
Ghislaine. A agricultura familiar em áreas com risco de desertificação:
o caso do brasil semi-árido. Disponível em: http://dc360.4shared.com/doc/IIw5-hu6/preview.html.
Acessado em 6 de maio de 2012.
- GLOBO RURAL. Projeto Mandalla [vídeo]. Rede Globo: Rio de Janeiro. Sem
data de exibição. Duração: 9 min 37 s. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=GI3IgK-IAio.
Acessado
em: 03 de maio de 2012.
- KIILL, Lúcia Helena Piedade; et al. Caatinga: flora e fauna ameaçada de
extinção. In: Periódico Inforteca-e: Informação
Tecnológica em Agricultura: EMBRAPA. Disponível em:http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/161895/1/OPB2293.pdf. Acessado em 6 de maio de 2012.
- OLALDE, Alicia Ruiz. Agricultura familiar
e desenvolvimento sustentável.
Disponível em: http://www.ceplac.gov.br/radar/Artigos/artigo3.htm.
Acessado em 6 de maio de 2012.
- RECORD NEWS RURAL. Ceará: benefícios do Projeto Mandala [vídeo].
São Paulo: Rede Record. Exibido em 30 de nov. de 2010. Duração: 2 min 37 s. Disponível
em: http://www.youtube.com/watch?v=Y1kDE10BWtw. Acessado em: 03 de maio de 2012.
- REIS, Claudia Facini dos; et al. Educação ambiental na agricultura familiar.
In: Periódico Engenharia Ambiental. Espírito Santo do Pinhal, SP, v. 8,
n.1, pp. 299-308, jan./mar. 2011. Disponível em:
http://189.20.243.4/ojs/engenhariaambiental/include/getdoc.php?id=1484&article=631&mode=pdf. Acessado em 6 de maio de 2012.
- TITTONELL, Pablo; MISIKO, Michael; EKISE,
Isaac. Falando de ciências do
solo com agricultores. In: Periódico Agricultures Network. v. 5, n. 3,
pp. 35-38, set. 2008. Disponível em: http://www.agriculturesnetwork.org/magazines/brazil/3-manejo-sadio-dos-solos/falando-de-ciencia-do-solo-com-os-agricultores/at_download/article_pdf. Acessado em 6 de maio de 2012.
- TORRES FILHO,
Joaquim; SANTOS, Hernandes
Rufino dos. Riscos e danos na aplicação de agrotóxicos na agricultura familiar no
município de Jardim – CE. Disponível em: http://submissoes.cariri.ufc.br/agro2010/FILES/p53.doc. Acessado
em 6 de maio de 2012.
OBS: De acordo com a
necessidade das atividades desenvolvidas, serão adotados outros referenciais.
Esse projeto é muito bom... Vejam, pessoal!!!
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